Mais um final de dia solito a reinar, sentado na frente do computador e tendo a conversa de uma pessoa achando que é intelectual. Dia, este, que já havia me preparado mentalmente para poder beber um bom vinho Cancarone, jogar vinte e um e cantar “Oh Austrália”. Apesar de ter sido um dia bom, não consegui ter minha alegre e comunitária noite a volta de um vinho.
Está meio estranha a noite. Voltando para casa, a neblina era tão forte que em alguns pontos não se enxergava muito além de 20 metros. Ainda que o ar quente do carro não dê conta na ação de desembaraçar o vidro, podemos agradecer pela solidão ao som de Dinartes: “posso até dizer pra ela, as cores já não são mais tão belas, a porta esta sempre aberta...”. Realmente, poucas coisas se comparam ao clima e ao nível que pode atingir o pensamento quando, sozinhos, escutamos e cantamos um bom e (nem tão) velho rock.
Digamos que aprendi diversas coisas com a música. Aprendi diversas coisas com meus amigos. A televisão tentou me ensinar diversas coisas, mas nada deu muito certo. Com a televisão, aprendemos quão vulgar e fútil podem tratar o amor. Acontece. Muitos não conhecem ele e não sabem utilizá-los, fato semelhante ao que acontece no som de diversos carros de pessoas que não consegue guardar somente para ele o excesso de baboseiras contidas em uma faixa de CD. Tá, antes de me chamem de antiquado, podem ser bits (já que CDs estão - tal como foi o vinil - saindo de moda). Mas voltando ao assunto, aprendi com a música que as pequenas coisas fazem a diferença. Amigos me mostraram que quando se erra (ou não) ou não se quer fazer algo, ai que temos que fazer o que deixamos para trás. Sim mãe, te dou bromélias porque foi a única flor que escutei em letras de músicas. Meus amigos posso firmemente dizer que amo-os. Vocês mesmo que roubam plaquinhas de pizzaria, que ganham as plaquinhas de pizzarias, que almoçam sentados no chão, que falam o tempo todo de anatomia, que só falam de Raconteurs e que gostam, igualmente, de beber vinho.
Apesar de toda a bagunça do parágrafo anterior, acho que consegui ser levemente claro na dissertação. Queria mesmo ver televisão, mas, infelizmente, não tem absolutamente nada de bom para assistir. É muito bom podermos assistir um DVD do Los Hermanos quando não se passa nada de útil na TV, mas, poxa vida: depois da 12ª vez que assistimos, apesar de ótimas composições, as dancinhas do Amarante começam a ficar ridículas e irritantes.