Geralmente nos finais de semestre da faculdade, mais precisamente no ultimo dia da aula (ou prova) costumo sair com meus amigos e celebrar a final deste ciclo de cobranças e trabalhos acadêmicos. Desde que me conheço como pessoa que aprecia rock de verdade, sem aquela explosão de estilos e gostos que nos sujeitamos na faixa dos 13 anos, geralmente comemoro sempre a semana do rock e o dia com uma ida a algum show ou evento do gênero, geralmente acontecendo gratuito em shoppings, praças e estações do trem.
Este semestre foi diferente. Hoje fiquei sabendo do final precipitado de uma cadeira minha (reprovei, pois não obtive a nota mínima em uma das áreas da disciplina) e infelizmente não consegui comemorar com meus amigos o final do semestre e a volta a uma vida “normal”. Acredito e venho observando que este erro pode ser meu, pelo fato de estar me afastando de alguns amigos importantes, pelo fato dos estudos e horários inoportunos que a vida começa a te cobrar.
Mas mudando de assunto, ouvi uma frase muito boa. Já dizia a boa frase da banda de rock (quase) instrumental que “o vinho acabou e eu aqui tão a só”. Esta musica é do Gustavo Telles e Os Escolhidos, que se não me engano é o baterista da Pata de Elefante (aquela banda que todos dizem que gostam, mas quase ninguém conhece). A solidão, a meu ver, é um dos principais medos da humanidade. Essa tendência e necessidade de ser visto e estar vendo todos do mundo ao mesmo tempo pode ser uma comprovação deste medo.
Mas quem sou eu pra falar de solidão? Durante muito tempo na minha vida, participei de um grupo de jovens na igreja. Tal grupo tinha uma abrangência estadual, e uma estrutura regional muito bem organizada. Trabalhava-nos com uma idéia “anti-hierárquica”, mas com o tempo se consegue observar que tudo é meramente política. Voltando ao assunto, sempre fui um cara muito respeitado no movimento. Seja pela opinião formada, seja pela falta de opinião, ou ate mesmo pela habilidade ao tocar violão ou pelo modo de vida diferente da modinha local (que, na verdade, estas duas ultimas só achavam, pois nunca foi verdade). Sempre tive muitos conhecidos, fui muito conhecido e muitas pessoas me conheciam sem eu saber quem eram. São fases, são ciclos da vida.
Hoje tenho por perto alguns amigos que mais confio e que sempre estiveram muito perto. Alguns estão mais distantes, outros também, mas sempre tem aqueles que conseguimos ver.
Um dia depois do dia mundial do rock, leio os emails dos meus principais amigos, meus companheiros que se juntam uma vez por semana, se trancam em um estúdio e tocamos um pouco de rock até sentir o ouvido pedir um tempo. Já fui advertido pela minha namorada que ficarei surdo aos 27 anos, mas ficarei feliz pelos tempos de banda (e não ficarei surdo, eu me cuido!). O restante da vida se passa assim, lutando contra a solidão, relendo as mensagens escritas nas paginas do livro do Gabriel Garcia Marquez, vivendo com amigos, bebendo, se divertindo, comemorando o aniversário do seu Gaspar e juntando histórias para contar para os netos e para postar neste blog...
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